Bruno Latour: "O objetivo da ciência não é produzir verdades indiscutíveis, mas discutíveis"
Considerado um dos principais nomes do pensamento francês atual, especialista em tecnologia e em filosofia da ciência, professor no mais do que prestigioso Instituto de Ciências Políticas de Paris, conhecido como "Sciences Po", professor convidado permanente na Universidade Harvard, Bruno Latour (1947) tornou-se famoso pelo desenvolvimento da teoria ator-rede (TAR), segundo a qual atores humanos e não humanos interagem e se influenciam reciprocamente, e por teses contundentes como a expressa no ensaio "Jamais fomos modernos". A modernidade, no entender dele, apesar de sua ambiguidade, pressupunha uma separação entre humano e não-humano, sujeito e objeto, política e ciência. Latour nos recebe no MédiaLab, seu laboratório de pesquisa no antigo prédio da Escola Nacional de Administração (ENA), em Saint-Germain-des-Prés, onde funciona o ISP. Depois de terminar uma entrevista sobre eleições na França para a revista de esquerda Nouvel Obs, eles nos levou para um típico café parisiense onde se entregou com fervor ao jogo de entrevistado. Com uma agenda brutal, ele só marca palestras com um ano de antecedência. O leitor do Caderno de Sábado vai embarcar numa viagem de ideias.
Teresa Neves
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